As trasnformações que mudaram as concepções da ciência. Assim começou o II Seminário Interdisicplinar aberto na noite desta segunda-feira, 17, no Auditório Amâncio Ramalho, na Ufersa Mossoró. A conferência de abertura, ministrada pela Profª Drª Françoise Dominique Valéy, da UFRN, abordou o tema A caminho da permanente incerteza: (re) pensando alguns paradigmas para o século XXI, trouxe indagações aos participantes sobre as incertezas e as inumeras possibilidades da ciência. A conferência foi intermediada pela profª Drª. Karla Demoly, do DACS da Ufersa.
Antes da conferência, a plateia, formada por estudantes universitários, professores e demais profissionais das mais diversas áreas do conhecimento, assitiram a apresentação do coral da Ufersa. A abertura do II Seminário Interdisciplinar foi feita pelo reitor, professor José de Arimatea de Matos, que elogiou a iniciativa do Departamento de Agrotecnologia e Ciências Sociais, organizador do II SIDACS. “Um evento dessa magnitude é de suma importância uma vez que aborda temas que fogem daquilo que se é visto na sala de aula. Parabéns aos Departamento pela iniciativa” disse o reitor. Também prestigiaram a abertura o pró-reitor de extensão e cultura, professor Felipe Ribeiro e, o pró-reitor adjunto de graduação, professor Walter Martins.
CONFERÊNCIA – A atenção maior da noite, ficou por conta da professora convidada, Drª. Françoise Dominique Valery, da UFRN, que de forma didática apresentou em sua fala vasto conhecimento interdisciplinar. A professora abordou as transformações sociais advindas pelo consumismo da era moderna. Segundo a conferencista, vivemos num mundo cada vez mais difícil de se conhecer, onde existe muita insatisfação, segregações, entre outros mil questionamentos.
Para Dominiquee, o paradgma científico da modernidade se concentra nas diferentes visões de mundo. “A busca da verdade científica é a do bem da humanidade, do bem-estar de cada um de nós”, frisou. Ainda segundo a professora, as críticas sobre a legitimação da ciência provém dos métodos e situações que hoje são questionáveis. “Os paradgmas não surgem pelo saber científico, eles são adotados e passam a ser aceitos”, pontuou.
A exemplo, citou três paradigmas que revolucionaram o século XX: a revolução ambiental, a revolução feminista e a revolução da comunicação. A ciência passou a valorizar a questão ambiental, a mostrar a mulher com voz e voto e a mudar a concepção de mundo com as novas tecnologias de comunicação e informação. “Hoje, temos a teoria das relações sociais de gênero voltada para uma educação contra a discriminação”, exemplificou.
Para professora a transição desses paradigmas se renovam pela velocidade como as coisas acontecem, com as transformações do mundo, resultando em novas formas de conhecimento, num processo de integração entre várias disciplinas. Segundo a conferencista é necessário “ir atrás de outras áreas de conhecimento que completem o que já temos”.
A heterogenidade de paradigmas, explicou a professora, acontece com fluídos de conversas entre as diversas áreas, de conhecimentos múltiplos de diversos saberes. “A refelexão é que produz um conhecimento, não as teorias”, acrescentando que uma ciência sozinha não pode resolver tudo. “Precisamos buscar outras áreas de conhecimento para complementar a nossa atuação profissional”, advertiu.
A professora citou autores como Edgar Morin e Boa Ventura de Souza Santos, que trabalham nessa linha do pensamento complexo. “O caminho do futuro não é o da especialização, mas da interface entre os conhecimentos”, pontuou. Ao concluir, Françoise Dominique Valery, alertou para o caminho permanente incerto e perigoso da ciência, mas também das inúmeras possibiliades que ela, a ciência, pode proporcionar.
Ao final do evento, foi dada a oportunidade para que os ouvintes pudessem fazer perguntas ou deixar comentários sobre a temática abordada na palestra pela Profª. Dominque Valéry. A professora Ludimila Serafim fechou as atividades do dia agradecendo a conferencista convidada e aos demais participantes da abertura do II SIDACS. “Falar sobre interdisciplinaridade é falar sobre história, sobre algo que estamos construindo. A Universidade é um espaço de criar e acreditar nas potencialidades, não de forma quantitativa, mas principalmente, de forma qualitativa”, falou agradenco aos presentes. Confira AQUI a programa do II SIDACS