Graduandos se reúnem após Colação de Grau da Ufersa Pau dos Ferros
Quando o nome de Matheus Alves de Medeiros foi anunciado pela terceira vez durante a solenidade de Colação de Grau da primeira turma de Ciência e Tecnologia da Ufersa Pau dos Ferros, havia um motivo duplamente especial que justificasse as lágrimas intermitentes da senhora Maria da Paz durante toda a solenidade. Primeiro, a noite emocionante fechava o primeiro ciclo de formação superior de Matheus e dos demais 16 concluintes; já o segundo motivo é que ele fora laureado pelo seu excelente desempenho acadêmico.
“Só a gente sabe o esforço que é manter um filho na Universidade. Vê-lo ser homenageado pelo seu esforço e dedicação é um orgulho que não tem tamanho, esse momento é especial pra ele, mas também pra toda nossa família que acompanhou de perto cada momento”, descreve Maria da Paz, mãe e madrinha de Matheus.
Matheus Alves, acompanhado da sua mãe Maria da Paz, recebe homenagem do reitor e diretor do câmpus por desempenho acadêmico
Dona Maria trocou a cidade de Marcelino Vieira por Pau dos Ferros com os três filhos para poder incentivá-los na Educação. Profissional autônoma, ela os criou sozinha com a renda de um salão de beleza que mantem na cidade. “O que vejo hoje é o resultado de muito esforço, Matheus sempre foi muito estudioso e determinado”.
Cada um dos 17 formandos da primeira turma de C&T de Pau dos Ferros tem uma história não muito diferente da contada até aqui, o que deixou a noite do último dia 27 de março ainda mais especial. A solenidade presidida pelo reitor José de Arimatea de Matos fechou o primeiro ciclo de formação e, agora, eles seguem na Instituição para a segunda jornada, quando deverão se graduar em uma das Engenharias ofertadas pela Ufersa.
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O rito da cerimônia foi aberto com a composição da mesa, seguido do cortejo de recepção dos concluintes, execução do Hino Nacional, apresentação dos formando pelo pró-reitor de Graduação, professor Augusto Carlos Pavão. Um dos momentos mais solenes foi registrado com a leitura do Juramento Protocolar que antecede a outorga do Grau e a entrega do Diploma. A noite deu continuidade com a leitura dos discursos.
A mesa, presidida pelo reitor, contou com a presença de representantes da Prefeitura de Pau dos Ferros, Uern, IFRN, diretores dos Cãmpus da Ufersa, pró-reitor de Graduação e a senadora Fátima Bezerra.
A graduanda Iaponan Soares Domingo representou a turma como Oradora e destacou a emoção de “batalha vencida” da turma pioneira da Federal em Pau dos Ferros. “Tivemos vários sentimentos nesse percurso: empolgação, medo, alegrias, tristezas, raiva. Isso é natural na vida e na formação universitária”, disse ela, lembrando ainda que a jornada continua: “muitos ficaram pelo caminho, mas os que conseguiram estar aqui nesta noite, saibam que esse título que hoje estamos recebendo é apenas a primeira etapa de um sonho, que se concretizará mais adiante”.
Já à graduanda Thaís Pereira Cavalcanti coube a missão de homenagear os pais e, “obrigado”, foi a palavra norteadora do seu discurso. “A vocês que se doaram inteiros e renunciaram seus sonhos para que, muitas vezes, pudéssemos realizar os nossos. Pela longa espera e compreensão durante nossas longas viagens, não bastaria um muitíssimo obrigada”.
O agradecimento expresso em palavras por Thaís também se manifestou no abraço e nas lágrimas depois que os capelos foram lançados no ar e, com pressa de um abraço, os pais, familiares e amigos trocaram “Parabéns” e, claro, muitos “obrigados”.
Graduandos e familiares se confraternizam no final da solenidade
Pau dos Ferros celebra 3 anos
A noite foi ainda mais especial porque a solenidade ocorrida no último dia 27 de março para a colação da primeira turma de CeT também celebrou os três anos de criação do câmpus Pau dos Ferros, no exato dia do seu aniversário.
Empresário Antônio Alvino de Souza Neto recebe comenda de agradecimento.
Para homenagear os pauferrenses que se empenharam na construção do câmpus, o cerimonial entregou pelas mãos do reitor e do professor Alexsadro Pereira Lima, diretor da Unidade, uma comenda de homenagem ao empresário Antônio Alvino de Souza Neto, empresário local que doou as terras para sediar a Ufersa na cidade.
Após o ato, o diretor do Câmpus, que também fora escolhido pelos graduandos como Paraninfo da Turma, proferiu seu discurso destacando a importância daquele momento na vida dos estudantes e relembrando o quanto a trajetória de cada um deles se confunde com a história da Ufersa Pau dos Ferros.
Graduado em Física com atuação também em astrofísica extragaláctica, o diretor metaforizou no seu texto, em números, o quanto de transformação passou o Planeta durante esses últimos três anos. No entanto, segundo ele, os números da contagem do tempo, a metamorfose sofrida pelo nosso corpo e até mesmo os dados históricos da humanidade não significam “nada” frente à emoção de cada aluno ao vivenciar a realização de um sonho.
Leia íntegra do discurso do diretor do Câmpus Pau dos Ferros
“Nada nesse mundo é capaz de quantificar toda dedicação envolvida nesse tempo, nada é capaz de quantificar quanto sofrimento, angústia e alegrias todos nós passamos! Nada nesse mundo é capaz de expressar toda emoção e orgulho que um pai ou mãe estão sentindo hoje ao verem seus filhos formados!”, proferiu o professor Alexasandro Lima.
Antes dos discursos, reitor José de Arimatea e o professor Alexsandro Lima, diretor da Ufersa Pau dos Ferros, saúdam formandos
A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) também prestigiou a solenidade e durante sua fala relembrou a importância do processo de Expansão Universitária que levou ensino superior a cidades do interior do Brasil. “Vocês estão sendo formados por uma instituição de renome, de qualidade, que prepara para a vida e para o mercado de trabalho”, disse a parlamentar.
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A noite foi encerrada com a fala do reitor José de Arimatea que aproveitou a oportunidade e estendeu os agradecimentos a todos os servidores que fazem a Ufersa Pau dos Ferros; parabenizou os estudantes e ilustrou a importância daquele momento com a seguinte memória: “Em nosso primeiro contato com essa turma observamos que os estudantes usavam uma camisa uniformizada que eles mandaram fazer para o curso. Tempos depois, andando pelo Semiárido, verificamos em uma casa na zona rural as margens da rodovia próximo a Pau dos Ferros e avisto aquela mesma camisa estendida numa cerca de arame farpado”, narrou o reitor.