Aulas, provas, seminários, listas de exercícios, pesquisas de campo, estágios, IRA. Enfim, são muitos os motivos que atormentam a vida de qualquer estudante universitário. Só na Universidade Federal Rural do Semi-Árido são mais de nove mil alunos, distribuídos em 38 cursos, nessa batalha diária para a conquista de um futuro melhor tendo a educação como principal caminho. Agora, nesse primeiro semestre de 2015, mais 1.250 jovens ingressam na Ufersa.
Os calouros, bem como os estudantes veteranos, dispõem de um espaço acadêmico bem diferente de uma década atrás. Os investimentos em infraestrutura nos câmpus da Ufersa são visíveis com novas salas de aulas, laboratórios, bibliotecas, centros de convivência e restaurante universitário. Um investimento que tem como próposito facilitar a vida dos jovens que chegam à Universidade. “Nos últimos 10 anos a Ufersa recebeu investimentos com infraestrutura na ordem de R$ 171 milhões, com o volume de recursos progressivos a cada ano”, afirma o reitor, professor José de Arimatea de Matos, explicando que com a manutenção a Ufersa saiu de R$ 1,76 milhões em 2005 para R$ 33 milhões em 2014. “Em capital fomos de R$ 116 mil para R$ 46,5 milhões e no que tange à assistência estudantil o valor subiu R$ 69,6 mil para R$ 5,6 milhões em 2014”, pontuou. O orçamento previsto da Universidade para esse ano de 2015 é de R$ 6,2 milhões.
Há quatro anos e meio na Ufersa, o bacharel em Ciência e Tecnologia e estudante de Engenharia de Energia, Jhonnathas Ferreira Bento, é um dos que pode testemunhar sobre as melhorias. Cearense de Fortaleza, Jhonnathas é morador da Vila Acadêmica. “As dificuldades existem, mas já melhorou muito”, reconhece, apontando a abertura do restaurante, a climatização das salas de aula, os laboratórios e o aumento no acervo da biblioteca com as mais significativas. “A vida de estudante é difícil e vamos sofrendo até o dia de receber o diploma”, opinou o futuro engenheiro que se forma em julho desse ano. “Vou sair daqui uma pessoa preparada não apenas no campo profissional, mais também para a vida”.
Pró-Reitoria voltada para os estudantes
A Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários – Proac – é responsável pelos assuntos mais diretamente ligados a garantia do acesso e a permanência deles na Universidade. O orçamento não é pequeno, chegando a R$ 6,2 milhões em 2015. Além de administrar às residências masculina e feminina, a Proac cuida ainda das bolsas, em oito modalidades, e auxilíos financeiros destinados aos estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Atualmente, 916 universitários são beneficiados na Ufersa.
O restaurante universitário fornece diariamente 1.300 refeições, almoço e jantar, a toda comunidade acadêmica com preços diferenciados para os estudantes de graduação, custando o almoço R$ 2,50 e, o jantar R$ 2,00. Outra vantagem é que os 310 moradores da Vila Acadêmica são beneficiados com a gratuidade no RU. “Além da moradia, sem nenhuma despesa, temos aqui uma alimentação de qualidade”, considera Hilgarde Ferreira, acadêmico de Medicina Veterinária. Já o estudante Ailton Alves, de Agronomia, afirma que as melhorias são bem-vindas. “A residência é muito importante. É a base para me manter na Universidade”, conta o estudante de Parnamirim.
Para as universitárias Beatriz Lopes, de Engenharia de Pesca, e Janaina Nascimento, do curso de Agronomia, morar na Vila Acadêmica proporciona aos estudantes muito mais comodidade. “Temos o RU gratuíto, não pagamos aluguel, água, luz e também não gastamos com transporte”, opinou Beatriz que é de Parelhas. Janaína, que mora no sítio Malhada Alta, em Rafael Fernandes, reconhece que se não fosse a moradia proporcionada pela Universidade não estaria concluindo o curso de Agronomia em Mossoró. “Me facilitou em muita coisa. Aprendi ainda que a tolerância e o respeito são fundamentais para o bem conviver”, afirmou.
Rodrigo Sérgio: experiência e propriedade
Com a experiência de quem vivenciou morar na Vila Acadêmica, o pró-reitor, professor Rodrigo Sérgio Ferreira de Moura, responde há mais de dois anos pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários. Rodrigo que foi residente entre os anos de 94 a 96, quando estudante de Agronomia na antiga Esam, considera a realidade atual bem diferente, mas para melhor. Ele recorda que na época a Escola oferecia apenas uma modalidade de bolsa, a de atividade, e em quantidade muito reduzida. Os estudantes não dispunham de restaurante e as residências possuiam apenas um banheiro. “A alimementação era feita na própria casa e os mantimentos custeados pelos familiares dos alunos”, afirmou.
O professor ressalta que a realidade do país era diferente: inflação alta com o poder aquisito das famílias bem mais baixo. “Se formos comparar a melhoria é significativa”, considera o pró-reitor. Hoje, na vila masculina, para cada quarto são dois banheiros, as cozinhas possuiem geladeiras e novos folgões estão em processo de compra. A Universidade, a partir da sua expansão, criou várias oportunidades de assistência ao estudante, como o restaurante e a ampliação do número de bolsas e auxílios financeiros de forma a atender os estudantes que mais precisam. Rodrigo garante que o aluno mais carente não fica sem assistência. “Se hoje há dificuldades, há 20 anos era bem mais difícil”, considera.
INVESTIMENTOS – O pró-reitor aponta que novos benefícios estão sendo viabilados com novos restaurantes e residências universitárias em construção nos Câmpus de Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, com 160 vagas em cada residência. Na Ufersa Mossoró também está sendo construído mais dois blocos de apartamentos para moradia feminina. As residências possuem sala de estudo, sala de informática, sala de tevê e sala de jogo. O professor ressalta que os estudantes do câmpus central contam com atendimento psicológico, serviço social e apoio nutricional. Outro benefício é o transporte oferecido gratuitamente na Ufersa Angicos, Caraúbas e Pau dos Ferros, além da oferta da atividade esportiva em 16 modalidades, beneficiando mais de 600 estudantes, nos quatro câmpus da Ufersa.
Para o professor Rodrigo Sérgio, responder pela Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários só aumenta o compromisso e a responsabilidade dele com a questão estudantil. “Tenho a plena consciência da importância desses programas, sobretudo, pela minha própria experiência, sei que a não efetividade desse serviço pode levar a evasão dos estudantes”, confessou.