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Cemas é referência na multiplicação de animais

Cemas é referência na multiplicação de animais

Cemas mantém 60 Emas para fins de pesquisa na Ufersa

Cemas mantém 60 Emas para fins de pesquisa na Ufersa

O brasão destinado ao Rio Grande do Norte em meados do século 17, quando o Estado ainda detinha o status de capitania, era ilustrado por uma Ema. A explicação para a simbologia se sustentava na presença de grande quantidade do animal na nossa região. Hoje, o símbolo da bandeira é outro, bem como também mudou a realidade de concentração daquele animal em terras potiguares.

Em apenas dois recantos do Estado ainda podem ser encontradas pequenas população de Emas: na Estação Ecológica do Seridó, mantida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama; e no Centro de Multiplicação de Animais Silvestres – Cemas, dentro do organograma da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – Ufersa. Esse último cativeiro é responsável por boa parte dos estudos científicos que luta pela preservação da espécie, que, infelizmente, já ocupa de lugar na lista dos animais ameaçados de extinção.

Criado em 1989, o órgão é uma unidade vinculada à Reitoria da Ufersa e responde hoje por uma das maiores fatias de produção científica da instituição, atendendo pesquisas de Iniciação Científica dos alunos nos cursos de graduação, e ainda pesquisas em nível de Mestrado e Doutorado com a atuação nos cursos de Zootecnia, Agronomia, Veterinária, Ecologia e Biotecnia.

[ufersa-cite credits=”Professor Moacir Franco” align=”aligncenter”]O trabalho com animais silvestres se concentra majoritariamente em quatro espécies: Catetos, Cutia, Preás Emas[/ufersa-cite] (60). Essa última, embora com menor quantidade, é a que exige maior atenção devido a sua vulnerabilidade a patologias, conforme explica o professor Moacir Franco de Oliveira, coordenador do Cemas. “Cada espécie tem as suas características e exigências necessárias, e isso é devidamente regulamentado para que a Instituição possa manter o cativeiro”, ressalta o professor, que há 15 anos está à frente do Centro.

Além de Moacir, outro professor divide a coordenação do Cemas, e quatro servidores técnico-administrativos dão suporte. A quantidade de discentes envolvidos com pesquisas chega até 40, em todos os níveis, movimentando atualmente o montante de cerca de meio milhão de reais com estudos que passam pelas dependências do Cemas. A quase totalidade desse recurso é oriundo de projetos aprovados junto ao CNPq.

Nos últimos três anos, essa estrutura vem segurando a média de cinco publicações internacionais e somando 20 publicações por ano. “Embora não seja um setor com produtivo para fins comerciais, o Centro de Pesquisa é um setor que contribui de forma significativa para a melhoria dos índices de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade”, defende o professor Moacir Franco.

Pesquisa

O esforço para assegurar a presença de espécies silvestres da nossa região é uma luta garantida por meio das pesquisas com a Morfofisiologia, que basicamente norteia toda a produção científica desenvolvida pelo Cemas. Através dessa linha de atuação surgiram estudos na área de anatomia, reprodução, anestesiologia, comportamento, manejo alimentar e cultura celular.

Para dimensionar a abrangência dos estudos Cemas, somente da área de Placentação e Reprodução Animal saíram pesquisas que permitem a avaliação do Modelo de Macho e do Modelo de Fêmea; a preservação de sêmen e até mesmo a criação de um Banco de Germoplasma, responsável pela preservação de óvulos e espermatozóides no Laboratório de Conservação de Germoplasma Animal.

Esse material coletado pela Ufersa já foi doado para diversas instituições de pesquisa da Região. Esse trâmite, no entanto, só acontece de acordo com a normatização e autorização do Ibama, que só permite doação para fins científicos.

Saiba mais

37 espécies de animais com habitat natural no Estado do Rio Grande do Norte aparecem na Lista Nacional de Espécies da Fauna Silvestre Ameaçada de Extinção mantida pelo Ibama.