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Robótica na Escola contribui para desempenho dos alunos

Robótica na Escola contribui para desempenho dos alunos

Estudantes da Escola Municipal do Rotary vencem 3º lugar na OBR

Estudantes da Escola Municipal do Rotary vencem 3º lugar na OBR

Com o projeto Inclusão Digital usando a Robótica Educacional, a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) tem feito a diferença no processo de formação dos estudantes do ensino fundamental da rede pública de Mossoró. Cinco escolas do município recebem o projeto e, por meio dele, motivam seus alunos a dobrarem a carga horária de estudos com a Matemática.

[ufersa-cite credits=”Professor Vidal” align=”alignleft”]A Robótica no ambiente escolar o torna mais motivador e atrativo para o aluno[/ufersa-cite]A ciência dos números é apontada por muitos estudantes como a vilã da grade curricular. No entanto, com a chegada da Robótica, 20 jovens do segundo ciclo fundamental se dividem em cinco equipes – uma em cada escola – com um desafio ainda maior: aprender matemática para salvar vidas em tragédias.

Para isso, os elementos giz e lousa versus lápis e papel tão comuns na rotina da sala de aula receberam também o incremento dos robôs. A nova missão desses estudantes no projeto Robótica Educacional é elaborarem protótipos de máquinas capazes de ultrapassar obstáculos, desdobrarem-se entre destroços e suportarem todas as intemperes.

Se antes a “dor de cabeça” era apenas a Matemática, agora eles têm de aplicá-la à parafernália de equipamentos e peças de lego com o objetivo de fazer os robôs funcionarem. “O robozinho tem um display que usa conhecimentos de Plano Cartesiano e agente tem que programar a máquina para achar o ponto exato do X e do Y no Plano”, explica Mizael Gomes.

Professor Francisco Vidal

Professor Francisco Vidal

Esse ponto exato sobre o qual fala Mizael é, na simulação, o local onde estaria a vítima de uma possível tragédia. Lendo assim, parece a explicação de um Engenheiro, no entanto Mizael tem apenas 11 anos de idade e é aluno do 6º ano na Escola Municipal do Rotary. Para montar e fazer o robô funcionar eles estudam também Programação, Pensamento Lógico, Física e Mecânica.

Esses ensinamentos chegam às escolas por meio dos monitores dos cursos de Ciência e Tecnologia da Ufersa, todos orientados pelo professor Francisco Vidal, coordenador do projeto. Os estudantes da graduação recebem uma bolsa da Secretaria de Educação da Prefeitura de Mossoró e a Ufersa contribui ainda com o fornecimento dos kits para montar os robôs. Cada kit custa em média mil e quinhentos reais.

Os protetores do robô

Thais Araújo e Paulo Henrique são aulos de CeT e monitores nas escolas

Thais Araújo e Paulo Henrique são aulos de CeT e monitores nas escolas

Chegar às escolas levando o conhecimento adquirido na Universidade não é uma tarefa fácil. Que o diga a graduanda Thais Araújo, do 6º de CeT da Ufersa Mossoró. Há pouco mais de um ano ela é responsável pelos estudantes da Escola do Rotary, onde ministra orientação três vezes por semana.

A universitária fala com propriedade da evolução no processo de aprendizagem desses garotos. “A maior dificuldade que temos é com a Programação, justamente porque ela exige conhecimentos em matemática e pensamento lógico. Quando chegamos à escola, muitos até se aventuram, mas não são todos os que ficam. Há um interesse natural em alguns alunos e a gente percebe claramente uma evolução no rendimento escolar desses”, relata Thais Araújo.

Gabriel Lucas tem 13 anos, cursa o 7º ano e é testemunha do diagnóstico de Thais. “Eu já gostava de matemática, mas ela se tonou mais desafiadora depois do Projeto. É interessante porque a gente programa o robô para fazer uma coisa e ele, às vezes, vai e faz outra. A gente começa tudo novamente, sendo que agora temos que descobrir o erro e programar de novo”, detalha o estudante.

[ufersa-cite credits=”Thais Araújo, estudante de CeT” align=”alignleft”]Quando chegamos à escola, muitos até se aventuram, mas não são todos os que ficam. Há um interesse natura[/ufersa-cite]

A proposta da Robótica é interdisciplinar envolvendo também a formação humanística dos estudantes. “O objetivo é montar um robô, mas isso não é fácil porque exige muito conhecimento e para isso eles trabalham a criatividade por meio da observação e com experimentos práticos com a Robótica”, defende Paulo Henrique, estudante do 7º período de CeT da Ufersa.

O projeto começou em meados de 2012 e de lá pra cá já treinou quase 90 monitores dos cursos de graduação em CeT da Ufersa de Mossoró e Caraúbas. O professor e coordenador Francisco Vidal antecipa que já há uma articulação com a Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) para transformá-lo em um Programa Institucional e levá-lo também para as cidades de Pau dos Ferros e Angicos.

Competição nacional

A revolução no processo de ensino-aprendizagem desses estudantes também pode ser mensurada no desempenho trazido das competições de Robótica. Já são três anos de participação e o número de medalhas só aumentam.

Somente na fase regional da Olimpíada Brasileira de Robótica – OBR realizada em agosto deste ano, na cidade de Natal, foram 4 medalhas, incluindo o terceiro lugar geral entre as 60 equipes inscritas na disputa. Veja na ilustração a lista de premiação por escolas.

A próxima parada será na cidade de São Carlos, em São Paulo, entre os dias 19 a 22 de outubro, durante a fase nacional da OBR. “Eles terão que aprimorar os protótipos da simulação de Natal para disputar a fase nacional e treinar muito”, alerta o professor Vidal.

Se depender da disposição da equipe, esforço não falta. “A gente precisa programar o robô para salvar uma vida. O protótipo já está pronto, o desafio agora é programar”, detalha Ronis Lima, 13 anos, que integra a equipe da Escola do Rotary.

A OBR é uma das disputas científicas brasileiras apoiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que utiliza a temática da robótica para estimular os jovens às carreiras científico-tecnológicas.

Reflexo no desempenho da Educação

Tabela Ideb

 

O último resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) alocou o Rio Grande do Norte na segunda pior colocação entre os 26 estados brasileiros, amargando o preocupante desempenho de 3.1 entre os anos finais do ensino fundamental.

O resultado de Mossoró para essa mesma faixa avaliada é de 4.4. O bom indicador é que, das cinco escolas contempladas com o projeto Inclusão Digital usando a Robótica Educacional da Ufersa, quatro estão bem acima da média, inclusive, a média nacional de 4.2 no Ideb. No caso da Escola Rotary (6.4), o resultado é superior ao dobro do obtido pela média do Estado.

O Ideb é resultado da equação de “Aprendizagem”, “Não repetição de ano” e “Frequência escolar”. No primeiro caso, os dados são referentes a Provinha Brasil, que tem na Matriz de Referência as disciplinas de Português e a Matemática.

Em entrevista ao Portal da Ufersa, o professor Francisco Vidal comenta no áudio abaixo o quanto a presença da Robótica torna o ambiente escolar mais motivador.

Números

15 mil reais já foram investidos pela Ufersa na compra dos kits de robôs
30 mil reais são investidos pela PMM n pagamento das bolsas aos monitores.
200 alunos da rede pública já passaram pelo programa

Links

Olimpíada Brasileira de Robótica
Confira os dados do Ideb
PMM destaca participação dos estudantes nas OBR